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Os principais conceitos financeiros para redes de franquias

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Gestão de Franquias

8 min de leitura Dario Ruschel

Embora o franchising seja um modelo de negócio seguro e com espaço para empreendedores iniciantes, o conhecimento de alguns dos principais conceitos financeiros é essencial para o sucesso na gestão de uma franquia. Ou seja, é preciso uma preparação financeira para começar sua jornada como franqueado.

Para isso, a Central do Franqueado preparou este artigo onde explicamos os principais conceitos financeiros que um franqueado precisa conhecer antes de começar a gerir sua unidade. Continue lendo para aprender tudo sobre o assunto!

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Qual a importância de conceitos financeiros para franqueados?

Como vimos, o franchising é um modelo de negócio interessante para aqueles que sonham em ter seu próprio negócio — mas não possuem grandes experiências como empreendedor. Todavia, isso abre espaço para interpretações literais, colocando no imaginário de interessados uma ideia de que não é necessária uma preparação para se tornar um franqueado.

Dessa forma, problemas acabam surgindo mesmo com todo o suporte oferecido pela franqueadora, seja a partir de erros simples de gestão ou questões graves que podem comprometer a continuidade da unidade. Por isso, o franqueado que busca o maior rendimento possível com o negócio deve estar preparado e entender alguns conceitos financeiros. 

Além disso, as próprias unidades de uma marca podem variar entre si. Assim, não existem regras (ou qualquer tipo de “memorização”) quando falamos da gestão de uma franquia, pois tudo é muito flexível e o aprendizado será contínuo e personalizado.

A localização, os PDVs e os perfis dos consumidores variam muito — e é por isso que o franqueado, como empreendedor, deve ser capacitado para garantir o bom funcionamento da sua loja, alcançando o lucro. A preparação financeira envolvida nesse processo depende de alguns aspectos, os quais você ficará por dentro a seguir.

Os principais conceitos financeiros para uma rede de franquias

Alguns dos conceitos que listamos a seguir são gerais para qualquer negócio, porém outros são específicos para o mercado de franquias. Por isso, mesmo que você tenha alguma noção de conceitos financeiros tradicionais, fique ligado nas particularidades do franchising para não ficar para trás. Confira!

Fluxo de caixa

Um dos conceitos financeiros mais tradicionais de qualquer negócio é o fluxo de caixa. O fluxo de caixa nada mais é o que você recebe e o que paga em sua empresa. Ou seja, apresenta todas as entradas e saídas de dinheiro. 

Basta analisar os custos de produção, as despesas administrativas e demais consumo de recursos e somar com o saldo positivo, ou seja, as vendas e retornos de investimentos. Dessa maneira, fica fácil descobrir se a franquia está no positivo ou no negativo

Além disso, lembre-se que o franqueado deve entender que os valores de investimento e de retorno das unidades de uma rede de franquias são bastante variáveis. Mesmo que as franqueadoras ofereçam uma projeção dos investimentos iniciais, você mesmo deverá fazer uma pesquisa em relação ao fluxo de caixa. 

Pesquise dentro da rede, na região de trabalho e no setor da marca, para fazer um balanceamento de entradas e saídas de capital. E lembre-se: inicialmente, os lucros não serão muito altos.

Capital de giro

O capital de giro de uma empresa é aquele dinheiro extra que garante a segurança do negócio. Para simplificar, é o capital que financia a continuidade das operações da empresa em momentos de falta de caixa, nos quais as saídas são maiores do que as entradas. 

Ele é importante em alguns casos específicos, como quando clientes realizam compras a prazo, ou quando é necessário manter uma quantidade maior de estoque e, consequentemente, investir mais com fornecedores. Por isso, é essencial que o franqueado tenha um montante guardado e não gaste tudo na montagem da loja. 

Não esqueça de que existe a possibilidade de que você venda pouco, especialmente nos primeiros meses (e você deverá continuar pagando aluguel, salários, energia e mais).

Financiamentos

Optar por financiamentos nunca é agradável, mas em alguns casos, pode ser a saída para anular prejuízos e trilhar um novo e bem-sucedido caminho. Na verdade, as franquias oferecem um diferencial a respeito disso, pois as chances de obter crédito são maiores do que em negócios independentes. 

Existem algumas opções de financiamento para franqueados, como o BB Franquia e o BNDES Automático, que englobam juros mais suaves. Mas, tenha muito cuidado: algum dia você deverá retornar o dinheiro, e o seu comprometimento é ainda maior, afinal, você está envolvido em uma rede.

Prazo de retorno

Agora vamos falar de um item sempre presente na hora de analisar o investimento em uma franquia: o prazo de retorno. Geralmente avaliado em meses, o prazo de retorno de uma franquia significa o tempo necessário para seu investimento começar a gerar lucros.

Afinal, a primeira noção que um franqueado deve ter em relação ao prazo de retorno é que, no início, você basicamente não terá lucros: os valores de retorno serão para cobrir o dinheiro investido na unidade. Calcule em quanto tempo você receberá o valor, dividindo o investimento total pelo lucro líquido mensal. 

Prazo de recebimento

É claro que na abertura da sua loja você terá o estoque completo disponível. Porém, não esqueça de criar um bom planejamento de pagamento dos fornecedores. Isso porque, no início do funcionamento, o fluxo de vendas será menor — e ainda assim, alguns consumidores terão o hábito de pagar produtos de forma parcelada. 

Perguntar e analisar quanto tempo há entre a venda do produto e a entrada do cliente no caixa é essencial para estabelecer um planejamento bem-sucedido e evitar problemas de disponibilidade.

Além disso, é essencial ficar atento na quantidade e qualidade da matéria-prima comprada em sua unidade. Felizmente, seu franqueador pode auxiliar nesse momento, inclusive homologando fornecedores e orientando pedidos.

Royalties

Mais um conceito específico do franchising, temos uma das principais taxas do modelo. Os royalties são as taxas pagas ao franqueador, não apenas em relação ao direito de uso contínuo da marca, mas também aos serviços pós-inauguração, incluindo consultorias de campo. 

A maioria das redes cobra uma porcentagem sobre o faturamento das unidades, ou até mesmo um valor fixo por mês. Cuidado: independentemente se você fizer vendas parceladas, os royalties devem ser pagos de uma vez só. Ou seja, separe capital mensalmente para pagar essas taxas.

Taxa de Franquia

A taxa de franquia é um valor pago pelo franqueado logo após a assinatura do contrato. Diferentemente dos royalties, é um valor único, que corresponde à concessão de uso da marca. O valor faz parte do investimento inicial para abertura da franquia e deve estar devidamente discriminado na Circular de Oferta de Franquia (COF).

Segundo a Lei de Franquias (Lei n° 8.955/94), o COF deve ser claro quanto a taxas periódicas a serem pagas pelo franqueado ao franqueador. O documento deve, ainda, detalhar as respectivas bases do cálculo e a finalidade do valor.

A principal função da cobrança é ajudar a cobrir os custos que a rede teve no processo de prospecção e seleção do candidato. Muitas franquias incluem nos custos da taxa de franquia uma série de serviços que serão fornecidos aos franqueados, como treinamento inicial, assistência na instalação do negócio e apoio na inauguração.

Fundo de propaganda

O fundo de propaganda (ou de marketing) corresponde a um valor mensal pago pelo franqueado ao franqueador para investir em ações institucionais que promovam a marca, produtos e conceitos de modo geral

Serve, portanto, para financiar todas as ações de marketing da rede como um todo, e não de unidades específicas. Também pode ser usada em determinadas unidades ou regiões, de forma mais estratégica. A contratação de uma celebridade local para uma campanha de marketing em um estado específico, por exemplo. 

A divulgação não é voltada para nenhuma unidade específica da franquia, mas para toda rede. Geralmente, o valor varia em torno de 2% a 5% do faturamento bruto de cada unidade ou como um valor fixo mensal.

Considerações finais

Por fim, não esqueça também de considerar as suas questões pessoais. Por exemplo, procure planejar bem suas férias como franqueado. Por mais que o franqueado tenha direito aos tradicionais 30 dias de recesso a cada 12 meses de trabalho, que tal optar por um período menor de início? 

Fazendo isso, você pode garantir que as finanças não saiam muito de rota em épocas importantes do ano. Além disso, existe a possibilidade de férias em baixas temporadas — o que significa menos gastos para você e mais estabilidade para sua unidade. 

Além disso, a respeito da sua aposentadoria, não esqueça de pagar o INSS, contemplando esse investimento mensal no orçamento do negócio — visto que o franqueado não é mais um colaborador CLT com recolhimento de INSS pela empresa. Ou seja, cabe ao franqueado ter controle sobre seu futuro financeiro!

Viu como é inegável a importância de preparar financeiramente sua unidade? Por isso, você pode continuar a aprender mais sobre finanças no franchising com nossas dicas de contabilidade para franquias.

Além disso, a Central do Franqueado também disponibiliza uma série de e-books exclusivos sobre franchising para você aprimorar cada vez mais a sua gestão de sua franquia. Não perca!

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Dario Ruschel

CEO da Central do Franqueado

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