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Franquias de bebidas crescem 39,4% e são a principal tendência do setor; saiba como funciona

7 min de leitura Carlos Griebler


Com menos risco e o uso de marca consolidada no mercado, as franquias de bebidas são o principal destaque para empreendedores em 2023.

O Brasil é o quinto país mais empreendedor segundo o GEM (Monitoramento Global do Empreendedorismo) e as franquias são uma opção cada vez mais visada. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor cresceu 18,7% no terceiro trimestre de 2022 – com destaque ao segmento de alimentação, que registrou alta de 39,4%.

Não à toa, as franqueadoras fecharam o ano em alta. Por exemplo, a Patroni faturou R$ 147 milhões, aumento de 47%, e o Giraffas teve receita de R$ 800 milhões, um crescimento de 30%. Já no setor de bebidas, o grande destaque foi o Chopp Brahma Express: registrou crescimento de 22,2% no segundo trimestre de 2022 e teve receita de R$ 7,9 bilhões – recorde de vendas nos últimos 12 anos para a franquia, cujo foco na venda de chopps e artigos de festa é pioneira na criação de e-commerces 100% digitalizados para venda de bebida.

Estes números, é claro, se traduzem no sucesso dos franqueados. Entre eles está a empresária Gabriela Nardez Ribeiro Romero, 47. Desde 2009, ela administra uma unidade da Chopp Brahma Express em Cuiabá e viu estes resultados na prática. “Minhas vendas superaram as do ano anterior e as perspectivas para 2023 são bastante promissoras”, comemora.

“Ter um negócio com o selo da Ambev facilita a empresa”

A primeira franquia foi criada foi criado nos Estados Unidos em 1851, quando a Singer Sewing Machine Company decidiu licenciar sua marca e processos de trabalho para empreendedores revenderem seus produtos. Na década de 1930, o modelo de negócios passou a ser usado em maior escala – chegando ao Brasil na década de 1950 com as escolas de idiomas CCAA e Yazigi.

A criação da Lei de Franquias, de 1994, ajudou o setor a se consolidar no país ao trazer maior organização e atrair empreendedores. “Isso fez o segmento ter um crescimento ainda maior porque os investidores se sentiram mais seguros para colocarem dinheiro neste modelo”, explica o consultor de negócios Fábio Weber.

Segundo ele, a facilidade de abrir uma franquia e a liberação de crédito em instituições bancárias são outros fatores determinantes para o crescimento do modelo. “Grandes marcas e empresas sólidas começaram a usar o modelo, fazendo o mercado crescer e ter taxas extremamente baixas de fechamento”, conta.

Por usar processos já testados e validados na operação de negócios, a contratação de uma franquia oferece menos riscos ao empreendedor. Principalmente por contar com uma marca já consolidada e forte no mercado, oferecendo maior segurança ao empresário. “É um modelo pronto, uma certeza na hora de investir. Ter um negócio com o selo da Ambev facilita demais”, conta Gabriela ao exaltar a escolha pela tradicional produtora de cervejas.

Para garantir a absorção de todos os processos, cultura da empresa e conhecer o operacional, as franquias oferecem treinamentos e consultorias no processo de abertura do negócio. No caso de Nardez, ela viajou para São Paulo e acompanhou a operação da Chopp Brahma Express de Moema, referência da rede. “Para quem entra como franqueado é mais fácil e aprendi bastante com o Rico”, relembra.

Além de seguir todos os processos ensinados no treinamento, o franqueado deve pagar royalties pelo uso da marca estabelecida, pagar taxa de propaganda e adquirir insumos da franqueadora e de parceiros indicados por ela. Cada empresa estabelece as próprias regras – e não segui-las gera penalizações.

Com o objetivo de oferecer suporte ao franqueado, consultores e supervisores realizam o acompanhamento através de visitas ao estabelecimento e contato constante. “O sucesso da franquia está na parceria entre consultor e franqueador, já que na prática somos sócios. A comunicação é fácil e rápida e eles são essenciais pra ajudar a resolver as demandas”, conta Nardez.

Franquia vale a pena? Crítico ao modelo, sogro de Nardez foi convertido

Entre as principais objeções dos empreendedores em relação à abertura de franquias, está o fato de precisar seguir rigorosamente os processos e regras da franqueadora. Este pensamento era compartilhado pelo sogro de Nardez, comerciante. “Ele era bastante crítico ao modelo e dizia que nos tornaríamos empregados de luxo”, relembra.

Para abrir qualquer empresa, o empresário precisa de formação em administração de empresas, além de gestão financeira e de equipes. Estes conhecimentos podem ser adquiridos através de cursos e consultorias especializadas – que ajudam no desenvolvimento do negócio.

No entanto, começar do zero oferece maiores desafios ao empresário. Por não contar com uma marca consolidada e processos validados no dia a dia, o crescimento do negócio e o retorno do investimento podem demorar mais – e isso se o estabelecimento conseguir ter sucesso.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48% das empresas fecham as portas antes de completarem três anos – a principal causa é a gestão ineficiente. Já o Ministério da Economia apontou um aumento de 25% nas falências de pessoas jurídicas em 2022.

Por isso, é necessário ter comprometimento e observar de perto a operação do estabelecimento de perto – o que também vale para as franquias. No entanto, os benefícios de usar uma marca consolidada são facilitadores e convencem até os detratores do modelo, como foi o caso do sogro de Nardez. “Quando ele viu nossos resultados e quanto deu certo, ele mudou de ideia e vê a contratação da franquia como a melhor decisão que poderíamos tomar”, diz.

“Não segui os processos da franquia e fechei as portas”

Apesar de todos os benefícios oferecidos pelas franquias, eles não são garantia de sucesso. Seguir todos os processos e regras estabelecidos pela franqueadora é um fator determinante para evitar penalizações – com o fechamento do negócio sendo a pior delas.

Esta realidade aconteceu com o empresário Alexandre Rangel e sua família, ex-franqueados de uma rede de pizzarias em São Paulo. “Tínhamos experiência com negócios de outros segmentos e não seguíamos as regras da franqueadora à risca. Não deu certo e a administração se tornou cada vez mais difícil”, lamenta o empreendedor, que fechou as portas depois de dois anos e meio.

Durante a operação do estabelecimento, Rangel tentou repassar a franquia para um novo empreendedor. Foi o que o proprietário anterior da unidade do Chopp Brahma Express de Cuiabá fez, com Nardez assumindo a administração da unidade – e os desafios de recuperá-la.

“Encontrei muitos vícios e problemas na operação do estabelecimento, com alta rotatividade de funcionários e sem alguém presente”, relembra. O NPS (Net Promoter Score) do estabelecimento era baixo e ela precisou implementar diversos pontos que aprendeu no treinamento não usados pelo franqueado anterior no dia a dia.

Com o uso dos aprendizados no treinamento e uso dos processos efetivos da franqueadora, Nardez conseguiu reverter a situação e crescer o negócio. Hoje com 14 funcionários, a unidade atende uma rede de resorts de Mato Grosso, além do camarote da Arena Pantanal e o Cuiabá – que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro pelo terceiro ano seguido.

Segundo ela, isso se deve à transparência e ao amadurecimento da Chopp Brahma como franquia. “A área do franqueado é gigante e fácil de usar e houve uma grande evolução nestes 14 anos”, explica.

Qual o investimento necessário para abrir uma franquia

Seja de pizzaria como foi o caso de Rangel ou de bebidas como o de Nardez, os valores para o investimento em uma franquia variam. Segundo o Portal do Franchising, existem opções com investimento inicial de até R$ 750 mil.

Entre os investimentos estão a compra de equipamentos para a operação, móveis, uniformes para os funcionários e até a reforma do imóvel – cujo projeto em determinados casos deve ser feito com validação da franqueadora. Após a assinatura do contrato de franquia, a inauguração demora um tempo médio de 90 a 120 dias para acontecer.

Geralmente, o retorno do investimento demora dois anos para acontecer – claro, se o franqueado seguir as normas. “Precisei colocar dinheiro durante todo o período que tive o restaurante até a fonte secar”, relembra Rangel.

Já Nardez, que seguiu os procedimentos recomendados pela franqueadora, reafirma este ponto. “Consegui recuperar meu investimento e a boa saúde financeira do negócio trouxe grande retorno à minha família”, explica. Isso se deve também, segundo ela, ao fato de vender produtos dos quais o brasileiro é apaixonado: a cerveja e o chopp.

“Nosso público é bastante abrangente, com uma diversidade de gêneros e faixa etária muito alta. O chopp é algo universal e todo mundo gosta”, explica. O Brasil é o terceiro maior consumidor de cerveja do mundo, com consumo médio anual de 62 litros de bebida por pessoa. Ou seja: as franquias de bebida se apresentam como uma opção rentável e atrativa – como Nardez pode atestar.

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Carlos Griebler

Redator em Central do Franqueado


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