Anuncie

Solicite uma demonstração da plataforma Central do Franqueado

central-logo openMenu
Gestão de Franquias

Entenda o que analisar antes de terceirizar funcionários em sua franquia

8 min de leitura Filipe Pacheco


A terceirização é a solução encontrada por muitas empresas para baratear custos de mão de obra e se abster de questões contratuais. Todavia, terceirizar funcionários também tem seus contras, como a falta de controle total sobre os métodos e a logística de trabalho dos profissionais. É, então, de se pensar: a prática é adequada para franquias?

Visando responder essa pergunta e outras, a Central do Franqueado preparou este artigo completo sobre o tema. Não perca!

Saiba o que você vai encontrar neste conteúdo:

O que é terceirizar serviços?

É impossível falar de prestação de serviços sem mencionar o termo ‘terceirização’. Hoje em dia, é cada vez mais comum que organizações confiram determinadas demandas a empresas especializadas nas atividades requeridas.

Terceirizar é isso: contratar uma empresa terceirizada, que irá dispor de funcionários para a realização de certas funções. Você já deve ter percebido em diversos estabelecimentos a presença de colaboradores “de fora”: profissionais de limpeza, segurança e manutenção são normalmente os mais visíveis.

Entretanto, por mais que tenhamos a tendência em associar a terceirização a esses trabalhos, os quais chamamos de atividades-meio, saiba que também podem ser terceirizados serviços diretamente associados com a finalidade da empresa. Desde a alteração da Lei 6019/74 feita durante a Reforma Trabalhista em 2017, é permitido terceirizar as chamadas atividades-fim – aquelas fundamentais para a logística e a produção do negócio.

Diz o artigo 4º: “Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução”.

Ou seja, se antes só era permitido contratar mão de obra terceirizada para demandas “secundárias”, agora toda atividade pode ser terceirizada. Tal flexibilidade é benéfica para gestores que querem diminuir custos com funcionários.

Contratar uma empresa responsável pela prestação de serviços pode realmente sair mais barato do que formar uma equipe interna. Em muitos casos, a demanda por mais colaboradores é necessária apenas em algumas épocas do ano – e então, a terceirização se mostra como uma solução fácil e econômica.

Porém, mais do que isso, o que acaba sendo uma das diferenças mais significativas entre optar por terceirizar ou contratar funcionários diretamente, é a questão das responsabilidades do vínculo contratual.

Ao escolher pela terceirização, a instituição não terá que lidar com encargos trabalhistas. Quem será responsável por isso e pelos direitos e cuidados com o trabalhador é a empresa contratada.

Terceirização da CLT e terceirização de serviços

A terceirização, entretanto, enfrenta muitas críticas. Dentre elas, uma que se tornou comum conforme foi que a terceirização colocaria em risco os direitos assegurados pela legislação trabalhista.

Esse discurso foi propagado principalmente nas redes sociais, porém, foi fruto de uma confusão relacionada com outras coisas, como a lei que alterou a CLT e a chamada “pejotização”.

O termo “pejotização” é utilizado para se referir à prática de contratar funcionários como pessoas jurídicas — os “PJs” —, e não físicas. Assim, em vez de trabalhar com carteira assinada, o trabalhador se registra como microempreendedor individual e, na prestação de serviço, passa a fornecer nota fiscal para o empregador.

A partir desse vínculo, a relação não precisa obedecer o que diz a CLT e não são obrigatórios direitos como 13º salário e férias, por exemplo. Desse modo, é comum tratar o processo como uma simples terceirização, pois se trata da contratação dos serviços de uma empresa.

Entretanto, temos uma grande diferença entre os processos. A relação de subordinação e o cumprimento de horários de um funcionário, por exemplo, são características de um vínculo empregatício — não da relação entre empresa contratante e empresa prestadora de serviços, como é comum na terceirização.

Nesses casos, portanto, não temos um caso de terceirização, mas sim de uma prática ilícita disfarçada para diminuir os encargos trabalhistas pagos pelo empregador.

Quanto a essa questão, nada mudou: a pejotização não era permitida antes e, com as novas leis, continua sendo ilegal.

Tipos comuns de terceirização 

Dentro das possibilidades da terceirização, temos alguns casos mais comuns. Veja-os a seguir:

  • Limpeza: há empresas especializadas na limpeza de escritórios, lojas e fábricas, facilitando o processo de manutenção do local de trabalho;
  • Recursos humanos: empresas oferecem prestação de serviço na área de processos seleção, retenção e desenvolvimento de pessoas, o que pode facilitar e muito o controle de relações internas;
  • Segurança: outra atividade importante, mas muitas vezes fora do escopo de uma empresa, companhias de segurança submetem seus funcionários a rigorosas rotinas de treinamentos e os preparam da melhor forma para esse tipo de serviço;
  • Entregas: Existem empresas que fornecem motoboys, motoristas e caminhões etc. simplificando todas as operações de transporte.

Vale a pena contratar funcionários terceirizados para uma rede de franquias?

É evidente que, por ser uma alternativa para a redução de custos e de responsabilidades empregatícias, a terceirização se tornou uma prática comum em todos os setores da indústria. Mas, e redes de franquias?

Quando pensamos no funcionamento de uma organização que funciona por franchising, terceirizar se torna algo mais delicado. Como conferir atividades a uma empresa terceira e ainda assim preservar os padrões de qualidade da rede?

Mesmo em atividades-meio, a terceirização pode colocar em risco o controle de qualidade da marca e a logística de funcionamento da franquia. Por isso, colocar na balança prós e contras é algo indispensável para ser feito antes de contratar serviços de fora.

Por que terceirizar serviços em uma rede?

Pensando de forma mais específica, podemos listar uma série de motivos pelos quais terceirizar funcionários pode ser uma boa ideia para uma rede de franquias. Alguns deles são:

Redes pequenas podem reduzir custos de operação

Se diminuir gastos é um dos principais motivos para terceirizar serviços, a prática pode sim ser considerada – especialmente por redes de franquias iniciantes no mercado. Ao optar pela terceirização de serviços como limpeza e manutenção, a franqueadora estará reduzindo os custos do planejamento operacional das unidades.

Isso acaba barateando os valores de investimento e de capital de giro necessários para o funcionamento das lojas. Quem se beneficia disso são os franqueados e a própria rede, que estará atraindo mais interessados em investir.

Diminuir demandas relacionadas à gestão de pessoas

Um dos grandes desafios da gestão em franquias é o trabalho de gestão de pessoas. Isso envolve zelar pelo bem-estar dos funcionários e por suas condições de trabalho. Novamente, para redes de franquias que estão começando, a terceirização pode ajudar nesse caso.

Pequenas franqueadoras podem ter dificuldade em gerenciar e avaliar a atividade dos trabalhadores. Afinal, por mais que tenha o papel de gestor, não é responsabilidade única do franqueado observar as demandas dos profissionais. A rede deve oferecer o suporte necessário para que todos exerçam suas funções de maneira ideal.

Por que não terceirizar serviços em uma rede?

Contudo, nem tudo são flores. Há também alguns motivos pelos quais a terceirização pode ser prejudicial para uma empresa do franchising. Veja:

Algumas características próprias da empresa se perdem

Um risco que toda empresa corre ao franquear suas operações, é perder aquelas características especiais que desenvolveu sendo um negócio local. Claro: a rede bem estruturada consegue replicar isso com sucesso.

Porém, no momento em que a franqueadora opta por terceirizar determinados serviços, algumas pequenas coisas podem significar grandes mudanças. Clientes percebem a alteração de detalhes que muitas vezes simbolizava sua experiência com a marca. Desde os cuidados da loja, à maneira como os produtos são feitos – a atividade própria da empresa tem seu valor.

Rede não poderá aplicar políticas de trabalho

Por não ser responsável pelos vínculos contratuais e pela relação empregatícia com os funcionários terceirizados, não caberá à rede treiná-los a respeito dos métodos a serem utilizados, nem orientá-los sobre políticas de trabalho. Isso, em uma rede de franquias, tem peso significativo. Quando os profissionais são contratados pela franquia, a franqueadora pode criar campanhas de incentivo e maneiras de aprimorar seu serviço.

O que deve ser analisado na hora de terceirizar funcionários? 

Em linhas gerais, o que deve ser levado em conta no momento de pensar sobre terceirizar, é a estrutura financeira da rede: há a possibilidade de contratar funcionários, treiná-los e oferecer todo o suporte necessário para sua atuação? Também, claro, a logística e a produção da empresa devem ser postas em análise.

É possível substituir os padrões desenvolvidos pela empresa pelo trabalho de uma empresa terceirizada? Minha rede manterá suas características principais? Lembrando que o que está em jogo é o controle de qualidade da franquia. Isso, acima de tudo, deve ser priorizado.

Gostou do conteúdo? Então continue explorando nosso site e descubra tudo sobre fluxo de trabalho no franchising! Boa leitura!

Author Avatar
Filipe Pacheco

Redator em Central do Franqueado


Posts Relacionados à Gestão de Franquias