Modelos de loja para franquias: vantagens e desvantagens de cada um deles
10 min de leitura Andrei Arndt
Escolher o modelo de loja correto para a sua rede é fundamental para alcançar o sucesso no mercado de franquias. Afinal, um dos maiores diferenciais do franchising é sua possibilidade de expansão em diversos formatos.
As oportunidades de inserção de unidades de franquia sempre mudam entre os mercados-alvo do plano de expansão. Por isso, determinados padrões acabam sendo mais adequados do que outros. Preparamos para você este conteúdo com os modelos de loja mais usados para franquias e vamos mostrar suas vantagens e desvantagens.
Neste artigo você vai ver:
- Qual a importância de escolher o modelo de loja corretamente?
- Loja tradicional
- Quiosque
- Home based
- Dark kitchens
Qual a importância de escolher o modelo de loja corretamente?
Antes de conhecer os modelos de loja mais usados no mercado de franquias, você precisa entender a importância de escolher o modelo de loja correto. Para isso, é fundamental entender como funciona o crescimento de uma rede de franquias. O modelo de loja está diretamente relacionado a como a rede de franquias vai crescer.
O crescimento de uma rede de franquias, portanto, depende de dois fatores principais. Eles são:
- investimento dos franqueados para abertura de novas unidades;
- aceitação do público no que diz às ideias propostas pela marca.
Captar investidores interessados e qualificados, bem como garantir o sucesso da loja perante novos consumidores, não é uma tarefa simples. Porém, um bom plano de expansão pode tornar mais certeiro o direcionamento da rede.
A análise prévia dos mercados serve para encontrar oportunidades de inserção da marca em regiões onde haja interesse de investidores e do público. Parte dessa análise é, também, verificar por meio de qual formato a rede irá se instalar nessas novas localidades.
O principal diferencial do franchising em relação aos outros formatos de negócio é que ele permite a instalação de unidades em longas distâncias. A marca irá depender da contratação de um franqueado. Mas, para que funcione de forma adequada e alcance as expectativas de venda, a unidade precisa ser organizada de forma que:
- Ofereça produtos e serviços adequados ao perfil de compra dos consumidores locais;
- Os custos com a sua instalação e funcionamento nos padrões da rede parta do investimento do franqueado. Nisso, está incluída a responsabilidade do operador de arcar com custos de manutenção e reformas do estabelecimento.
Analisar quais modelos de loja dariam certo em determinados mercados é uma tarefa tanto do franqueador quanto do franqueado. Ambos devem se perguntar: “Quais modelos de loja são mais vantajosos para realizar um investimento?” Esta é uma pergunta com várias respostas: o perfil do negócio, o ponto escolhido e o comportamento do público são aspectos que a influenciam.
Além disso, o franqueado, principalmente, deve verificar se dispõe do investimento em capital necessário para gerenciar o modelo oferecido pela rede.
Loja física: um método tradicional e que funciona
Você provavelmente já deve ter pensado que, com o crescimento do e-commerce, decorrente do desenvolvimento de apps de marcas, as vendas online de produtos estão se sobressaindo às vendas convencionais, e que muitas vezes não vale a pena procurar produtos em lojas físicas.
Na verdade, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), as lojas convencionais continuam sendo o principal formato utilizado. Só para se ter uma ideia, cerca de 88% das unidades brasileiras de franquia funcionam dessa forma.
Cerca de 70% das vendas do franchising acontecem presencialmente. Então, pode começar a considerar (ou reconsiderar) o método tradicional. Pois apesar de ter diminuído o faturamento durante a pandemia, o franchising recuperou os rendimentos ainda em 2021. Logo, as lojas físicas voltaram a ser uma forma eficiente de impactar novos públicos.
Vantagens
As lojas são formatos muito flexíveis e contemplam os serviços da maioria dos segmentos de franchising. Seu grande diferencial diz respeito à oferta de serviços e produtos.
As vitrines, por exemplo, são eficazes na atração de clientes e no estabelecimento de uma identidade visual da marca. A experiência de marca para o consumidor é otimizada e os clientes podem se sentir mais engajados com a empresa.
Desvantagens
Os investimentos envolvendo a instalação e o funcionamento de uma loja são bastante expressivos. Eles envolvem a manutenção do local, eventuais reformas, pagamento de aluguel e demais gastos com a padronização da unidade de acordo com a marca. Além disso, encontrar um bom ponto comercial pode demandar bastante trabalho.
Por estes motivos, as lojas físicas, principalmente aquelas que possuem grandes estruturas, podem não ser atraentes para investidores iniciantes. Sem falar que o fracasso de unidades nesse formato traz mais prejuízo, tanto para o franqueado, quanto para a rede.
Também, a pandemia de coronavírus iniciada em março de 2020 mostrou que os empreendedores que administram este modelo precisam estar preparados financeiramente para eventuais problemas que possam aparecer. Por exemplo, com a restrição de clientes em loja, manter um espaço grande como uma loja física fica muito caro e pode até mesmo levar ao repasse da franquia.
Quiosques: opções viáveis para negócios menores e interessantes para iniciantes
Uma forte tendência do franchising são as unidades de microfranquia. Elas demandam menores investimentos. No entanto, possuem estruturas bem mais simples. Se você estiver interessado no modelo, saiba que os quiosques são bastante vantajosos devido aos baixos custos de instalação. Quando você visitar um shopping center, fique atento aos quiosques que estão espalhados pelo lugar.
Você vai perceber que eles consistem em espaços menores que normalmente são montados em meio a locais com grande circulação de pessoas. Mas engana-se quem acha que eles se restringem às microfranquias. Afinal de contas, muitas marcas grandes apostam na estratégia. Exemplos disso é o próprio McDonalds, com os sorvetes, ou a Chill Beans, com os óculos.
Para franqueadores, os quiosques abrangem mais territórios em um plano de expansão que conta com cidades menores, por exemplo. Já para investidores, a opção é financeiramente mais viável. Vale lembrar que, além dos quiosques, os food trucks também possuem essas características, apesar de serem parte exclusivamente do ramo da alimentação.
Vantagens
Além de terem menor custo de aluguel, manutenção, reformas e instalação, os quiosques dão menos dor de cabeça ao gerente. Menos funcionários precisam ser contratados, menos questões precisam ser resolvidas e a gestão se torna muito mais fácil para empreendedores que são iniciantes. O formato também pode ser interessante para a inserção em cidades menores, com um público consumidor mais restrito.
Desvantagens
Encontrar lugares apropriados para a instalação dos quiosques não é uma tarefa exatamente fácil, uma vez que o modelo é bastante específico e só funciona em locais de grande circulação. É por isso que, normalmente, eles são encontrados em shoppings. Seu espaço também é bastante restrito e não combina com muitos segmentos de franquia, devido à demanda de uma área para produção, ou também para determinadas experiências do consumidor.
Home-based: uma solução caseira
Dizer que ter uma unidade de franquia nunca foi tão fácil é uma afirmação cada vez mais certeira. Hoje em dia, muitos franqueados gerenciam suas unidades de dentro de suas próprias casas.
As franquias home-based (em português, “franquia doméstica”) também demandam um contrato, investimento em materiais específicos da rede e o alinhamento dos serviços. Entretanto, os negócios que se encaixam nesse perfil, muitas vezes necessitam de uma simples sala para funcionar — a qual pode ser da própria residência do operador.
Normalmente, as franquias home based são franquias de entrega de serviços. O modelo não tem limitações para a expansão da rede, que pode abranger qualquer município. É claro: para que o formato funcione, é preciso muita disciplina por parte do franqueado e confiança entre a relação profissional com o franqueador.
Se você é um investidor de primeira viagem e está interessado neste modelo de franquias, fique calmo. As franquias nesta modalidade contam com a prestação de suporte da franqueadora tal qual uma franquia tradicional, você não vai ficar desamparado. As taxas, royalties e a Circular de Oferta de Franquia também estão incluídas.
Nesse sentido, as franquias home based são opções atrativas para quem se adaptou ao trabalho remoto durante a pandemia de coronavírus. A Associação Brasileira de Franchising revelou em uma pesquisa que o formato de franquias home based cresceu 3,2% em 2021 em relação ao ano anterior. A pesquisa também informa que 10% das franquias do mercado estão inseridas na modalidade home based.
Vantagens
Não existe a preocupação com o aluguel de imóveis. A contratação de funcionários é bastante reduzida, podendo ser até nula. Isto é, a folha de pagamento em uma franquia home based é menor, portanto, os custos mensais para manter o funcionamento adequado também são menores. Lembre-se: é importante que os serviços estejam sendo proporcionados nos padrões de qualidade da marca.
Sendo assim, os investimentos para a instalação de unidades home-based são os custos mais baixos do franchising. Muitas vezes não chegam a nem a 10 mil reais!
Desvantagens
Funcionar em home-based não é para qualquer segmento do franchising. Se enquadram em franquias domésticas apenas uma quantidade limitada de redes, as quais normalmente oferecem serviços que são entregues na casa dos consumidores: incluindo faxinas, serviços de manicure e cursos EAD. Também, deve haver controle de produção por parte da franqueadora e bastante disciplina por parte do franqueado, para que tudo fique nos conformes.
Vale ressaltar, novamente, que é essencial fazer uma pesquisa de mercado antes de tomar qualquer decisão a respeito de formatos de lojas para franquias. O franqueado e a franqueadora devem trabalhar em conjunto para que o melhor ponto comercial possível seja escolhido. A escolha envolve aspectos que vão além de valores, como exposição, circulação de pessoas, acessibilidade e qualidade.
Também se enquadram nas desvantagens a dificuldade de adaptação. Afinal, trabalhar em casa pode ser uma experiência incrível, mas também pode ser terrível se o ambiente não for adequado para o trabalho. As distrações são mais comuns no ambiente doméstico e podem acabar prejudicando o desempenho da franquia home-based.
Dark Kitchen: o modelo que revolucionou o delivery na pandemia
O dark kitchen surgiu em função das medidas de isolamento social e é uma alternativa para franquias da área de alimentação. Em tradução literal, significa cozinha às escuras. Isto é, não há estrutura física para receber clientes e a comida é produzida e encaminhada direto ao endereço do comprador.
O aumento no delivery nos últimos anos e principalmente durante a pandemia explicam o sucesso das dark kitchen. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), as cozinhas fantasma ou dark kitchens são os investimentos mais acessíveis para acelerar a expansão das redes de franquia de alimentação.
Vantagens
Vamos falar um pouco sobre as suas vantagens? Primeiramente, é fácil de entender porque os custos são menores em uma dark kitchen. Afinal, cadeiras, mesas e toda a infraestrutura necessária para receber e atender um cliente é dispensada. Também é possível ter um payback acelerado por meio de uma dark kitchen. O capital inicial para tirar o empreendimento do papel é muito menor, portanto, alcançar o payback é mais fácil.
Desvantagens
Uma das desvantagens da dark kitchen é a dependência das plataformas de food delivery como o IFood. Mas saiba que uma das formas de contornar este problema é também receber pedidos pelo WhatsApp e Instagram. Outra desvantagem é a falta de apelo visual que uma loja física proporciona, afinal, em uma dark kitchen não há fachada, portanto, a identidade visual da sua franquia deverá ser trabalhada com força nas redes sociais.
Lembre-se: Preste atenção no custo-benefício! Considere o que funcionaria melhor para o perfil da sua empresa. Nem sempre o mais barato é o que mais vale a pena.
Redator em Central do Franqueado
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