O que é o crowdfunding e como utilizá-lo no mercado de franquias
7 min de leitura Leonardo Montoya
Em um mundo cada vez mais conectado, é natural que a Internet possibilite novas formas de empreender e elevar o seu negócio. Nesse contexto de grandes oportunidades, uma alternativa para novos empreendedores é o crowdfunding, ou financiamento coletivo, e suas plataformas online de arrecadação de recursos.
Vamos entender como esse método pode ser utilizado no mercado de franquias? Confira!
Neste artigo você lerá sobre:
- Como funciona o crowdfunding?
- Crowdfunding e crowdsourcing
- O cenário do crowdfunding
- A captação no mercado de franquias
- Considerações finais
Como funciona o crowdfunding?
Como já adiantamos, o crowdfunding é uma forma de captar recursos a partir de um financiamento coletivo. Com isso, essa estratégia visa possibilitar projetos de cunho pessoal, cultural, social e empresarial. Dependendo da modalidade, o processo acontece a partir de doações e/ou investimentos.
Assim, quem quiser encontrar investidores para o seu projeto deve cadastrá-lo em uma plataforma de crowdfunding. Para que negócios aconteçam, a publicação deve convencer os investidores, portanto é importante apresentar um plano de negócio prévio, expondo detalhes e particularidades do projeto.
Veja abaixo alguns dados que devem aparecer em uma boa proposta de crowdfunding empresarial, a modalidade que trataremos no texto:
- Valor necessário para tirar o projeto do papel;
- Os objetivos do projeto;
- O esboço do plano de marketing;
- A forma como o dinheiro arrecadado será utilizado;
- Os benefícios garantidos aos investidores;
- Estimativa de lucro e crescimento.
Uma campanha de arrecadação pode ser de dois tipos. No primeiro, que chamamos de “tudo ou nada”, o idealizador do projeto só receberá a quantia estipulada se a meta for totalmente atingida. Em caso de fracasso, aqueles que colaboraram com a captação de recursos recebem o seu dinheiro de volta. No segundo tipo, chamado “flex”, o idealizador recebe o dinheiro mesmo se o projeto não arrecadar o valor total, cabendo a ele adaptar seus planos à nova realidade.
É necessário frisar que nem todos os colaboradores doam apenas pelo prazer de ajudar o próximo, afinal de contas são também investidores e esperam resultados positivos quando aplicam seu dinheiro em um projeto de crowdfunding empresarial. Dessa forma, é essencial oferecer boas recompensas, que podem variar de acordo com o valor aportado, a quem colaborou com o projeto.
Geralmente os investidores são separados em “classes” de acordo com o valor investido. Podemos ter, por exemplo, a classe “investidor básico”, uma opção para aqueles que querem contribuir com um valor simbólico apenas pela satisfação de ver o projeto se concretizar (ou então por pequenas lembrancinhas, como uma carta de agradecimento, uma camisa, uma caneca etc.).
Outro exemplo, agora referente às contribuições mais substanciais, pode ser a classe “investidor premium”, opção que carece de recompensas mais relevantes, como parte no lucro do empreendimento ou uma posição de destaque no negócio. Obviamente, o ideal é que existam outras classes, níveis intermediários entre o “básico” e o “premium”.
Em troca do serviço, a plataforma utilizada para a divulgação do projeto fica com um percentual do valor arrecadado. Portanto, é importante que o idealizador do projeto estipule as suas metas levando em conta esse gasto.
Vale mencionar que o financiamento coletivo é apenas mais uma forma de possibilitar novos empreendimentos, não uma garantia de sucesso. O êxito dos projetos financiados via crowdfunding depende exclusivamente de seus idealizadores. Agora que conhecemos o método, podemos nos aprofundar no contexto em que ele está inserido.
Crowdfunding e crowdsourcing
Você aprendeu que o crowdfunding é uma alternativa de financiamento coletivo. Mas você também pode ter ouvido falar em crowdsourcing. Vamos aprender a diferença entre as duas denominações? Apesar das similaridades, o crowdfunding e o crowdsourcing são práticas diferentes.
O crowdfunding é basicamente uma vaquinha online. Isto é, ele é o responsável por contar com a contribuição de milhares de pessoas para chegar a um valor pré-estipulado.
É comum que artistas musicais independentes promovam um crowdfunding para o lançamento de um álbum musical, por exemplo. A partir daí, os diferentes valores de contribuição podem resultar em diferentes compensações para o investidor. No caso de um álbum musical, a partir de um determinado valor, aquele que contribui com a arrecadação pode ganhar uma cópia do álbum autografada, uma camiseta do artista ou um livro relacionado.
Já o crowdsourcing é um modelo de terceirização aberto. É semelhante à terceirização tradicional de uma determinada atividade. Em outras palavras, o crowdsourcing é responsável por reunir diferentes pessoas em torno de uma causa. Pode ser a realização de uma tarefa ou a solução de um problema.
Vamos imaginar que a sua rede de franquias está passando por um rebranding. Então, você conta com a participação dos franqueados e da clientela para desenvolver um novo slogan para a marca. Isto pode ser caracterizado como uma prática de crowdsourcing.
Um exemplo de crowdsourcing é a empresa dinamarquesa LEGO. Por meio da LEGO Ideas Platform, a fabricante de brinquedos recebe ideias para novos produtos e serviços. A iniciativa aproxima os clientes e também contribui para a inovação.
Se um dia você pesquisou uma loja no Google e deixou um comentário sobre a sua experiência, saiba que isto também é um tipo de crowdsourcing.
O cenário do crowdfunding
Já bem estabelecido, o crowdfunding vem crescendo com o avanço da tecnologia e das redes sociais há algum tempo. Aqui no Brasil, desde que sua regulamentação entrou em vigor, o método atrai cada vez mais o interesse de investidores que procuram formas inovadoras de aplicar seu capital.
Entretanto, o crowdfunding não é uma estratégia recente, sendo utilizado há séculos na construção de templos religiosos e obras de arte. No Brasil, temos alguns exemplos de iniciativas de financiamento coletivo bem populares, como Teleton e Criança Esperança, que há muito tempo recebem apoio e divulgação de grandes canais de televisão.
Todavia, esses exemplos fazem parte do grupo de crowdfunding social, uma modalidade diferente da abordada neste texto. Sabemos, então, que o interesse em investir em novos negócios — ou causas, no caso das iniciativas citadas — constituem uma cultura muito receptiva ao crowdfunding.
Dessa maneira, encontrar contribuidores não é uma tarefa difícil. O método conta com a confiança dos investidores, e as plataformas de financiamento coletivo com uma grande base de usuários. Não à toa, o crowdfunding se mostrou uma ótima alternativa para amenizar a crise causada pela pandemia no setor das franquias.
A captação no mercado de franquias
Agora vamos ver como esse método pode ser utilizado no franchising. A grosso modo, o processo do crowdfunding para franquias não é diferente do que ocorre com outros tipos de empreendimento.
O primeiro passo é escolher a plataforma mais adequada para o modelo da franquia idealizada. Vejamos algumas ótimas opções para quem quer transformar sua startup em um negócio desse tipo:
- CapTable
- EqSeed
- Kris
- SMU
Quanto às principais plataformas para investimento em projetos de economia real, podemos citar:
- Hurst
- Bloxs
- Glebba
- Urbe
Além de escolher a plataforma mais adequada, o idealizador do projeto pode se fazer valer de artifícios exclusivos do franchising para atrair investidores. Um exemplo de proposta atrativa para os níveis mais altos de contribuição é a oportunidade de desenvolver e expandir a marca como um dos franqueados iniciais.
Outro recurso que pode ser utilizado na formulação de uma proposta interessante são os royalties. A taxa referente aos direitos de utilização da marca representa o lucro da rede franqueadora e pode, se for do interesse do idealizador do projeto, ter uma pequena parcela repassada aos grandes apoiadores do negócio.
Quanto aos contribuidores menores, uma boa ideia é dar benefícios geralmente relacionados à fidelização de clientes, como brindes e cupons de desconto nas lojas da franquia, dependendo do perfil do consumidor. As opções são muitas, mas a iniciativa deve partir do idealizador do projeto, responsável por saber o que pode e deve ser oferecido a cada tipo de investidor.
Considerações finais
Com plataformas de qualidade e um cenário muito bem estabelecido, fica claro que o crowdfunding é uma forma de procurar investidores — e, do outro lado, projetos para investir — tão válida quanto qualquer outra metodologia de negócios. Dessa maneira, sua eficiência se estende também ao franchising, que ainda deve ser muito explorado no mundo do financiamento coletivo.
Procuramos com este texto trazer algumas ideias de como utilizar as ferramentas do crowdfunding em prol do seu projeto, mas não se sinta limitado a elas. O financiamento coletivo tende a crescer e se tornar cada vez mais popular no mundo dos negócios, então explore as plataformas, conheça as novidades do método e, se for do seu interesse, faça parte dessa comunidade.
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Redator em Central do Franqueado
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